© Paulo Abreu e Lima

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Coisas que ficam




Desde tenra idade, talvez por influência de uma educação jesuíta -- diga-se, também científica --, apreendi duas ideias, duas palavras, cujo significado diverge muito do entendimento da maioria das pessoas: abusar e optar.

Abusar não é necessariamente exceder no uso que damos às coisas; antes, usá-las mal, deteriorá-las, adulterá-las, destituí-las da sua prima natureza e, por vezes, reter mesmo a sua insídia;

Optar não é exactamente escolher de uma forma completamente livre e consciente; mas abdicar de algo muito caro, querido, precioso. Prescindir de grande parte do essencial. Seguir por um outro caminho, quantas vezes desconhecido.

De forma que hoje em dia, tanto quanto me é possível, tento sempre não abusar, optando.

6 comentários:

  1. Paulo

    Chamo isso de sabedoria
    Beijinho

    Lucia

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  2. Caro Paulo
    Concordo consigo no que se refere a objectos. A seres humanos é mais complicado. Porque mesmo não abusando, isso não impede que o outro se sinta abusado. Pela simples razão de que o "uso" pode ter para cada um diversos significados.
    Quanto à opção, já não tenho qualquer dúvida. Ela é, sempre, prescindir. Mas a "escolha" é só nossa.

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  3. Não, Lucia. Ponha Sabedoria na Mulher que a sucede. Na das 13:12...
    Bjos

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  4. Cara Helena,
    De facto, na opção a escolha é só nossa, mas não deixa de ser condicionada. No abuso, obviamente que não me refiro a pessoas - usar, abusar, pessoas é um nadinha mau. Mas abusar da "sua confiança" (por exemplo e aqui não se trata de um objecto) é, pura e simplesmente, destruí-la. Pelo menos a que nos depositou.
    Beijinhos
    Paulo

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  5. Nunca senti que abusasse de pessoas - com o meu feitio, talvez tenha sido mais usada pela família e pelos alunos ou colegas do que seria desejável...mas não me queixo, sempre dei muito e continuo a dar, optando por não ter em favor de gozar de certos privilégios.

    Quanto às coisas...todos nós abusamos, não pareciamos devidamente, estragamos, deixamos deteriorar pela nossa passividade...

    Bjo

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  6. A Amiga Virgínia foi sempre muito dada, muito generosa, muito positiva. Já lhe disse que gosto muito de si, não já?
    Beijinhos,
    Paulo

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