© Paulo Abreu e Lima

sábado, 25 de outubro de 2014

Tolerância zero

Há um certo tipo de criaturas que só moem a paciência quando sentem que estamos fragilizados; quando a vida, essa velhaca, nos prega uma cilada na dobra da betesga. Aí, surgem elas, corajosas, cheias de certezas e razões, de dedo em riste, dizendo tudo aquilo que se encontrava arrolhado em suas goelas fétidas. Ah, essa coragem. Quando me calha em sorte, viro as costas e mostro os cascos caprinos e a cauda serpenteante que nunca havia exibido. Se quiserem por instantes um belzebu, não se prendam, tê-lo-ão. Caso contrário, deixem-me.

(Isto aqui fica sem possibilidade de comentários: as tristezas não são compatíveis com o chilreio de passarinhos)