© Paulo Abreu e Lima

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

saber fazer, continuação...


Quase todas sabem fazer isso. Ondulam mais ou menos devagar, sem meneios bruscos, jamais devem perder o ar de delicadeza. O sorriso é um expediente secreto que vai daqui até ao fim do mundo, não há quem lhe consiga resistir. Lápis na boca é outro ardil antigo, movem-se os lábios de uma forma quase casual, no mínimo faz-se com que a sugestão permaneça, o processamento aconteça, a ideia se projecte no pensamento exacto onde deve suceder. Não sabem, não há homem sábio o bastante para se deitar na mesma cama com uma mulher suficientemente inteligente. Ou melhor, calma, vamos por partes. Haver, há, e saber, sabe. Apaixona-se por ela, pode ter uma certa graça. A desgraça sequente vem mansa, ainda que muito mais hábil do que a destreza pura. No tecto já se lê pouco mais do branco dos olhos dela a alumiar-lhe a vida de cores fortes, outra antítese interessante, vai-se a ver e nasce medo. Convenhamos, bem vistas as coisas ela sabe demais, e uma mulher que sabe demais é sempre um perigo curioso. Mesmo que, contas feitas, nem consiga fazer bem várias coisas ao mesmo tempo. 

(Caro colega, peço desculpa pelo abuso. Estou aqui, ansiosa, à espera do julgamento. Ia jurar que o Código de Processo Penal ainda habita por aí...)

9 comentários:

  1. Cara colega, abuse à vontade que o seu bom uso é formoso e tem graça. Um homem sábio o bastante não se deita com uma mulher suficientemente inteligente e, muito menos, que sabe demais. Um homem sábio não é insolente, é avisado o suficiente para com ela alcançar o primor na vertical.
    :-)

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    1. Eu sabia, eu sabia que o julgamento seria implacável... Ou no mínimo, as considerações finais... :))

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  2. O que é uma mulher suficientemente inteligente?

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    1. No caso Virgínia, mais a emocional. Uma mulher que saiba sê-lo, sem medo e em plenitude. De facto, não estava a envolver a cognição pura no assunto, mas podemos considerá-la também, se quiser. Sendo assim o suficiente será o quanto basta para ter interesse, por exemplo...

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  3. Ai! Nem sei que diga ao post e ao comentário.
    CF As mulheres que sabem demais são, de facto, perigosas. Mas as outras, as que só sabem o que devem, por norma, são menos temidas e mais apreciadas. Até ao momento em que...se deseja uma mulher que saiba (de) mais.
    Paulo O primor na vertical, parece-me uma excelente ideia. Porém, difícil!
    -:))

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    1. :) Helena eu, se fosse homem, apreciaria uma mulher perigosa. Digo eu cá deste lado, correndo o risco de estar redondamente enganada...

      Quanto à dificuldade do primor da vertical, deixo para o Paulo responder. Parece-me apropriado... :)

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    2. Helena e CF, caríssimas donzelas: uma Mulher é por natureza perigosa. Na horizontal tê-la, na vertical mantê-la, mas com os azeites nem vê-la - aqui vos diz o avisado que sempre as admirou e nunca as desdenhou :-)

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  4. Paulo
    Com os azeites, o ideal é juntar-lhes um pouco de vinagre...balsâmico! A emolução dá habitualmente resultado.
    CF
    Também eu preferiria uma mulher de risco. Mas não é isso que vejo nos homens. E estes são habitualmente educados pelas mães. Elas lá sabem como os educam. É que não há pior inimigo das mulheres ousadas do que as outras mulheres que fingem não o ser. E se passam de mães a sogras, a coisa complica-se. Digo eu que até tive uma boa sogra, de quem gostei muito!

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    1. Fugindo um pouco ao assunto inicial, não posso deixar de realçar um ponto: as mulheres têm realmente um papel importante no avançar do mundo. Até nestas "pequenas" questões...

      Um resto de bom Domingo; e um beijinho para si.

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