© Paulo Abreu e Lima

domingo, 19 de julho de 2015

os gatos não têm vertigens



Os gatos não têm vertigens será eventualmente um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, completamente por acaso. Estou farta, cansadíssima de histórias de amor sem conteúdo, daquelas que se alicerçam na magia de meia dúzia de palavras vãs, de policiais sem sentido, de filmes ocos a vazios. Também estou ligeiramente enfastiada de Hollywood, como se o nacional não prestasse para coisa nenhuma, e a prata da casa fosse de origem menor. O filme aborda a convergência da riqueza e da pobreza, o requinte do você contra o calão mais nojento, a finura dos costumes perante as mais rascas forma de existência humana. Coloca frente a frente o fim assumido com um inicio infortunado, numa partilha nua e crua de que é possível haver vida, mesmo quando se é uma velha viúva e supostamente acabada, ou um jovem perdido nas boémias das ruas. A nossa natureza em estado muito puro, nos medos, nas vontades, nas loucuras, nas violências, nos perdões e nas esperanças, e ainda no fingimento, tratado e polido, de que aquilo não somos nós.  

10 comentários:

  1. Com mostras de cinema Francês, Alemão, italiano, com o Kino e a Judaica no São Jorge, entre outras.
    Com a cinemateca, que até já começou "as noites na esplanada", agora no Verão. Já para não falar em tudo o que tem trazido na programação regular e nos ciclos especiais. Ante-estreias portuguesas este mês são várias... Com o Nimas que este ano trouxe Rosselini, em filmes extraordinários como o "Alemanha ano zero".. Com o cinema Ideal...pelo menos em Lisboa, desculpe, mas só vê as baboseiras mastigadas de Hollywood, quem quer. Eu a última que vi nem queria acreditar...era o "Jorge dos cafés" às voltas numa nave espacial. Eu chamo-lhe o Jorge dos cafés. Nunca lhe vi qualidade nenhuma para além disso.

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    1. Disse tudo a determinado momento. Em Lisboa a oferta é muita, mas nem todos residem na capital ou perto dela. Apesar de tudo ainda sou uma privilegiada, acedo-lhe com frequência, mas ainda assim nem sempre chego onde gostaria.

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    2. Eu sei que não mora em Lisboa, nem trabalha em Lisboa, por isso referi Lisboa. (mas também sei que não está assim tão longe).
      Para os que estão, há sempre a alternativa de tentar apanhar on line. Muitos desses filmes estão on line.

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    3. As coisas que se sabem George Sand... :)

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  2. CF tem toda a razão. É um belo filme do APV!
    Abraço

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    1. É mesmo Helena... É o retrato de algumas gerações...
      Um abraço para si também... :)

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  3. Já estive para ir ve-lo, mas tive medo que fosse um dramalhão à portuguesa e desisti. Deram na TV um destes dias. Confesso que a minha preferência vai para o cinema francês e aqui a dez minutos de casa tenho os 20 cinemas do UCI Arrabida que leva sempre alguma coisa de jeito. Vi o Madame Bovary na semana passada e quero ir ver Testemunho de Juventude, filme inglês sobre s 1ª GG. Não acho que seja necessário embarcar nas chachadas de Hollywood, acho que já não vejo um filme americano há meses e vou quase todas as semanas ao cinema.
    Bjinho

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    1. Não é Virgínia, veja que vale a pena... Foi na tv que vi, num dos canais de cinema. Se tiver boxe de sete dias, ainda deve apanhar... Vai ver que não se arrepende...

      Um beijinho para si.

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  4. Ainda não vi, mas estou em pulgas. Gosto, adoro, a Maria do Céu Guerra. E cada vez mais do cinema português.

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    1. A Maria do Céu Guerra é fabulosa. E neste filme, não nos desilude nada... Veja, a sério. Não se vai arrepender...

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