© Paulo Abreu e Lima

sexta-feira, 30 de março de 2012

da má coincidência

A verrina do meu post abaixo provocou danos. Pessoa amiga avisou-me; fui verificar e confirmei: determinado blogue passou a privado. Há muitos anos atrás também pertenci a uma comunidade privada. Chamava-se o "Templo da Amizade" (recuso-me a dissertar sobre o nome), uma espécie de obediência maçónica restrita à entrada do comum dos internautas. O novo membro deveria ser apresentado por um outro, sénior, respeitando valores éticos, morais e de bons costumes, consubstanciados no ideal de paz, fraternidade, lealdade, aperfeiçoamento pessoal e realização pelo trabalho. Tudo caminhava bem até à inesperada entrada do transgressor, do lobo com pele de cordeiro, do belzebu, da besta. Confesso que se em muitos o dedão lhes escorrega para a chinela, em mim o id resvala para a desfaçatez. Há quem goste e há quem não – feitios. Avante. Em tempos idos, fiz questão de lhe mostrar a minha embirração com epifanias. Não gosto do sentido anglo-saxónico da palavra e implico com a sua versão cristã. Se no primeiro caso, a concepção de uma última peça do puzzle só pode ser irresponsável, no segundo, qualquer aparição divina revela-se provocatória. Acresce, para cúmulo, que terá escrito uma das outras palavras que mais desprezo e também referi: olvidar. Epílogo, enfiou a carapuça, o barrete e o solidéu. Tenho pena. Nada do que foi escrito nesse post foi dirigido. Longe disso, demasiado distante, extremamente remoto. Mas tenho pena. Do cinismo prefiro o estoico, o despojado, o de Diógenes.

P.P. Agradeço todos os comentários subsequentes ao post, mas por motivos excepcionais não os vou publicar, sendo esta entrada encerrada. Obrigado por toda a Vossa atenção.