Adrien Brody em Midnight in Paris |
– Salvador Dalí?
– Claro, eu mesmo, o grande místico.
– Não, se me permite, o grande Pintor.
– Eu não sou um grande pintor. Um grande pintor é burro. Ora, eu sou um génio, descendo duma grande conjugação molecular. O meu ácido desoxirribonucleico é único.
– O seu ADN, claro.
– Advenho da grande civilização árabe, da sumptuosa luz d’oiro. Acaso sabe qual é a diferença entre a melhor fotografia do mundo e uma pintura de Velásquez?
– Não.
– Cem milhões de dólares. E a diferença entre um rinoceronte e os lábios da Mae West?
– Ah, fala o surrealista…
– Eu não sou surrealista, o Surrealismo sou eu.
– E louco.
– Louco? Sabe qual é a diferença entre um louco e eu?
– Não.
– Um louco não é Dalí.
– Nem é tão chato.
– Não, os chatos andam nas zonas públicas mais imundas.
– Quer dizer púbicas.
– Sabe onde está a diferença entre as públicas e as púbicas?
– …?
– No L dos meus lábios.
Paulo
ResponderEliminarSurrealimo...que parece o actual realismo!
É verdade. A maioria das vezes questiono se sou eu ou se é todo o mundo que anda sumariamente louco.
EliminarA parte filosófica da questão pode ser interessante, mas é lateral.
Eu sei que o post não é sobre o filme, que apenas lhe serve de pretexto, mas este é um dos meus filmes preferidos de Woody Allen. E julgo que o facto de ter Paris como cenário também contribui em grande parte para isso. ;)
ResponderEliminarJá do surrealismo não sou grande fã...
Beijinho :)
O surrealismo não é destituído de técnica, muito pelo contrário, neste campo é muito evoluído. Desgarra-se apenas da razão e entrega-se ao subconsciente, ao recôndito, e ao prazer de o mostrar. Antecede o Modernismo...
EliminarBeijinho :)