© Paulo Abreu e Lima

sábado, 8 de outubro de 2011

Irreflexos (ii)

Era um homem de paixões que necessitava de fortes causas para se exceder a si próprio. Aguentava trabalhos supervenientes e desnecessários, mas era mesmo do cume que voava; que se excedia para lá do excesso sem lamúrias. Sabia-se intenso e dramático, só que era apenas um meio para atingir um outro meio e chegar ao êxtase final. Disse final...? Não, o alvo era afinal um outro único meio para atingir mais um e outro e alcançar outro propósito que por então jamais seria definitivo. Mesmo que porventura fatal.

2 comentários:

  1. Em resumo, não há quem te acomode, quem te obrigue a assentar os pés na terra, quem te ponha na ordem, ou te sujeite a uma imobilidade estagnante. Fugirias pelo primeiro escape que encontrassses, mesmo que redundasse em fracasso.

    Não há muitos homens assim...os que conheci acomodavam-se mal viam uma luzinha ao fundo do túnel e tentar demovê-los ou removê-los era trabalho de Hércules ou de Fada Sininho:))

    sempre foste ao Howl? Ou a motivação não era suficiente??

    Vou-me à Foz, gozar este sol de outono. Até logo!

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  2. Não, Virgínia, não sou assim tão ambicioso...! Reeditei o texto porque realmente parecia falar na primeira pessoa, mas não exactamente :)))

    O Howl não está afastado, apenas queria ver primeiro "As Serviçais" que está geograficamente mais perto de mim, também um seu criado.

    Bjo

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