© Paulo Abreu e Lima

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ou por ficheiros

Em conversa com querida amiga, daquelas que podemos falar sobre tudo e não devemos ficar calados sobre nada, perguntei como consegue organizar os seus problemas de forma a compartimentá-los com uma racionalidade e uma estanquidade à prova de qualquer contaminação. Respondeu-me que muito antes de poder ser interpretado como uma razoável forma de eficiência, de defesa ou diabo a sete, era parte integrante, e precoce, de sua personalidade. Era assim e ponto. Assenti e lembrei: pessoas que, perante fortes percalços ou graves adversidades em determinada dimensão da vida, impeçam que a teoria dos vasos comunicantes vingue e conspurque todo o resto da sua integridade, ou são pródigas por natureza, ou – muito mais cedo do que mais tarde – definharão como a mais aturdida das inutilidades. E claro que não incluo a vertente profissional. Um artífice competente só o é se o conseguir ser sempre.

4 comentários:

  1. Quem me dera ser assim...

    Sou capaz de decidir e ir em frente com coragem e prazer do risco, mas não tenho stamina para aguentar graves adversidades ou percalços...vou-me abaixo.
    Em relação à minha vida profissional, julgo que consegui vencer todas as vicissitudes que enfrentei durante os 37 anos em que enisnei. A vida e os problemas ficavam à porta da Escola.

    Bjo

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  2. Para dizer a verdade, nem eu amiga Virgínia... mas, quanto ao trabalho faço das tripas coração para não o prejudicar! Parece que é uma questão de personalidade mesmo. Ou feitio...
    Bjos.
    Paulo

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  3. Questão de personalidade? Sei não, como diz o brasileiro.
    Na vida quase tudo se adquire. O preço é que pode não estar ao alcance das nossas possibilidades anímicas, entenda-se.
    Mas acredite que na maior parte das vezes, o que pagamos pelo que "não conseguimos estancar" é bem superior ao que pagaríamos pelo exercício do contrário...

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  4. A sua resposta é sábia, Helena...! Em todos os sentidos.

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