Nos meus momentos de desespero não tomo ansiolíticos, não fumo três cigarros seguidos, nem sorvo um whisky triplo sem gelo. Saio de casa, olho a pique o zénite e espreito o céu. Se conseguir ver as estrelas, sei que muitas delas já morreram, ou já não brilham como agora as vejo há milhões de anos. Mas também sei que muitas entretanto nasceram e alguma partícula de pó meu, algures, há-de lá parar. Como o universo, não fico, mas permaneço.
[ a fotografia seguinte é de longa exposição, tem uns milhares de segundos, não é photoshopada - como nenhuma minha que por aqui publico -, mas apenas acompanha o rasto das estrelas mortas tal como, mesmo há pouquinho, o meu desespero...]
Meu Amigo,
ResponderEliminarSe o teu desespero produz imagens semelhantes a estas, velozes, brilhantes, infinitas, ainda que perecíveis,não tomes ansiolíticos nunca mais.... podes serenar na certeza de que um céu destes não é captado assim todos os dias, nem por qualquer fotógrafo.
Amanhã já devo receber a minha Panasonic Lumix Fz150.
Será que tira fotos assim?
Ou será que tu, quando eu sentir o desespero da minha inépcia, me vais ensinar a tirá-las?
( just kidding...)
Só agora vi melhor, a foto tem ruído. No próximo "desespero" corrijo :)
EliminarSe tiver a função BULB, com um controlo remoto, tira com certeza! E claro que "ensino". É giro, vai ver...
Bjo
Todos temos os nossos, assim julgo. Hajam estratégias de resolução, ginástica interna e capacidade de analisar o universo de forma positiva. Nem sempre me acontece. Há coisas que ajudam sim. O meu cão, o meu filho, o vento, os sorrisos.
ResponderEliminarSó encontro ajuda em mim, reduzido à devida insignificância ante o imenso universo. O vento fresco também ajuda :)
EliminarEsqueci-me de acrescentar que esta música de P. Glass me causa arrepios...está ligada a uma cena do filme que me é especialmente inquietante e dolorosa...
ResponderEliminarNão se deve desesperar...every cloud has a silver lining, that's true.
A música condiz... :)
EliminarPaulo, meu amigo
ResponderEliminarQue foto impressionante. Embora não perceba nada de fotografia - o meu irmão mais novo, sim - sempre lhe digo que o meu maior ansiolítico é o silêncio. Sem o tempero dele, o meu equilíbrio seria, sempre, precário.
Gosto cada vez mais do seu som e entendo-me cada vez melhor com aqueles que, estando comigo, sabem gerir o silêncio. É uma dádiva divina!
Helena, agora para variar, de "colega" para "colega",
EliminarHoje em dia o Silêncio é um bem muito escasso, de um valor incomensurável, e se fosse transacionado - era só o que mais nos faltava se fosse -, nenhuma moeda estaria à altura de qualquer troca. Por isso, a sua gestão está predestinada aos verdadeiros sábios.
Confirmo a dádiva, portanto... :)
Uma exposição de horas!!
ResponderEliminarTambém gosta da música, Manuel? :)
Eliminar(não chegou a 50 minutos, ou seja, foram quase 3000 segundos)
Um dia percebeu que não tinha sorte de homem. Nem tempo de homem. Só o espaço infinito dos azuis, que se sobrevoam sempre que somos livres.
ResponderEliminarNesse dia, abriu os braços e deixou-se voar.
ohhhhh...! que bonito, Filipa. Obrigado pelas suas sempre bonitas palavras.
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