© Paulo Abreu e Lima

domingo, 8 de março de 2015

(s)implicidade, de mulher


Acho que se fosse homem nos acharia mágicas. Como não sou, como nos farejo as fragilidades à distância de um pensamento, nos miro as vontades a cada piscar de olhos, nos encontro as virtudes em cada palavra e as desvirtudes em cada gesto, acho-nos simplesmente merecedoras de um lugar diferente. E diferente porque somos diferentes, não há feminista obstinada que me convença do contrário. Tirando isso, somos uma parte do processo do universo. O lado de dentro da procriação, a delicadeza da maternidade, a suave dureza do cuidado, a certeza da dedicação. Há as que são muito ambiciosas e querem ir demasiado longe. Pela minha parte prefiro louvar as que ficam pelo caminho de encontrarem a paz, na sua verdadeira essência. 

22 comentários:

  1. Concordo em absoluto com a sua visão da Mulher completa. Sou das que ficam pelo caminho depois de adquirir o status suficiente para me sentir realizada e em paz. Mulher -Mãe, não consigo diferenciar muito bem as duas coisas em mim. Uma não existe sem a outra, uma é condição sine qua non....
    Lindo texto para este dia. Foto maravilhosa, também.

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    1. Virgínia, também já não desligo uma da outra, ser mãe é uma parte integrante de mim, enquanto mulher... Se lhe "bastou" esse caminho do encontro consigo, fico muito feliz por si. Na minha opinião, é o que realmente vale a pena...

      Um beijinho e obrigada. Quanto à foto, é mesmo maravilhosa, também acho... :)

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  2. Somos diferentes dos homens em tudo e ainda bem :D mas este dia é político, é um alerta para as desigualdades de oportunidades gritantes entre géneros e nessa perspetiva considero-o relevante sempre! Fabulosa fotografia do seu companheiro!!Parabéns

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    1. Ainda bem Marta, também acho. Talvez por isso não compreenda muito bem quer quer ser realmente muito igual. Quanto às desigualdades de oportunidades, obviamente que só posso concordar.

      Um agradecimento em nome do companheiro. As fotos dele são sempre fantásticas. :)

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    2. Nós somos mágicas. E para nao estragar essa magia, as vezes temos que fazer como esta fotografia. Nao ver tudo nitido para nao estragar a magia. ;)
      Beijinho CF

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    3. Seremos sensíveis, gosto de pensar. E desfocamos para não magoar... :) Um beijinho para si, Maria João.

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  3. CF
    Eu sou mulher...e acho que somos mesmo mágicas!

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    1. Helena, eu não sou. Sinto-me por vezes tão impotente e humana, que chego a assustar-me. Depois socorro-me da natureza e acabo a sentir-me no exacto lugar onde devo de estar...

      Um beijinho para si.

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    2. E quem disse que as fadas usam a varinha de condão em seu favor? Nas minhas histórias quem fazia isso eram as bruxas.
      Julgo que a nossa magia está sobretudo no desejo de viver pacificamente, colocando quase sempre <á nossa frente aqueles que amamos. E só com magia é que isso se pode fazer a vida toda...
      Bjo para si. Temos saudades suas!

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    3. Também tenho períodos em que vem ao de cima a minha fragilidade. Mas gosto de ser Mulher.

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    4. Helena, dito dessa forma, faz sentido sim... :) Também tenho. Terei breve de me deslocar até aí...

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    5. Virgínia, também gosto muito. Com toda a fragilidade inerente ao assunto...

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  4. Somos diferentes. Sim. Mas, como já acima se comentou, não podemos ser alvo de desigualdade.

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    1. Claro Luísa, estou completamente de acordo. O meu post vai apenas no sentido de analisar os exageros que encontro, e os esquecimentos. Acho quase imperdoável esquecermos as diferenças que existem...

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  5. Eu sou homem hétero (quem experimentou, sabe) e de magia tendes nada, tendes, sim, um feitiozinho insuportável do qual nunca quis saber, apenas colmatar da forma que melhor me/vos aprouver. :))

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    1. Ora Paulo, não poderias estar mais certo, tudo é sempre uma questão de harmonia e de complementaridade. A tua veia maléfica, vou abster-me de comentar, sou apologista das regras da boa convivência com o colega de blog. Mas cuidado... Vieste colocar-te num covil perigoso. Eu no teu lugar estaria por ora aterrorizada com a consequência... :)

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    2. Infelizmente, o meu comentário representa ainda uma boa parte de canastrões que por aí ululam. São sempre violentos física ou psicologicamente. Enfim...

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    3. Quem não te conhecer, que te compre! ( desculpe CF)! Essa do colmatar, eu substituiria por acicatar!! :)

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  6. Quem sabe o problema, para muitas mulheres, seja mesmo esse: acharem-nas mágicas. Ou bruxas ou fadas, dependendo :-)

    (obrigada por este post, CF)
    Abraço

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    1. Obrigada eu, mãe preocupada, por me compreenderes na perfeição. :)

      Um abraço apertado para ti.

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  7. Mais um texto muito bonito que reproduz tudo o que penso :) E, sim, somos muito, muito diferentes dos homens. Mas penso que só assumindo plenamente essa diferença é que podemos encontrar a essência da nossa identidade. Quando penso em nós, mulheres, ou seja, em meia humanidade, sinto que somos realmente mágicas. Somos uma matizada paisagem de sorrisos, desejos, caprichos, abnegação, lágrimas, inteligência, vontades, intuição e múltiplos gestos que encerram grandes passos de mágica. Talvez seja por isso que não existem muitas mulheres ilusionistas :) E a foto é mágica também :)

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    1. No fundo, somos realmente tudo o que diz... A nossa diferença é o que faz o mundo possível, já viu o que seria se ela não fosse uma realidade? Gosto especialmente de senti-la assim, faz-me perceber a plenitude do mundo. O que o Homem lhe faz depois em outros territórios, é outra questão, essa sim, deplorável...

      Obrigada Miss Smile. Um beijinho para si.:)

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