© Paulo Abreu e Lima

terça-feira, 10 de março de 2015

Sol de Março


Não se julgue que quem decide pôr termo a uma relação não sofre. Sofre tanto ou mais do que o outro. Sobre ele pendem as farpas da culpa, enquanto que sobre o outro, o consolo da vitimização.

12 comentários:

  1. Concordo plenamente. A diferença é que a “vítima” acaba por galgar a dor, superar a perda e retocar o amor-próprio. Já aquele que pôs termo à relação, carregará para sempre o peso da culpa.

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    1. Por outro lado, se pôs termo à relação foi porque tinha razões suficientes e com elas se vai "desculpar" e se convencer que deu o passo mais acertado. Contudo - e foi o que quis frisar - não deixa de sofrer tanto ou mais do que o outro. Beijinho, Miss Smile :)

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  2. Uma ruptura traz sempre consigo mal-estar e desgosto, para não dizer sofrimento, para os nela estão implicados, sem que se possa distinguir, acho eu, quem mais e quem menos. Porque nestas coisas, dificilmente se pode entender que haja uma "vítima" e um "carrasco", embora também perceba o que quer dizer.
    Enfim, eu diria tudo tem um princípio, um meio e um fim. E dói sempre, mesmo quando não há quem tome "a decisão", mas simplesmente se vá percebendo que com o tempo tudo muda e um dia senos damos conta que já nada é como antes, nem poderá voltar a sê-lo. Ao menos, como diz o poeta, que "seja infinito enquanto dura"; que já bom...

    Gosto muito do "sol de Março", fotografia magnífica do (meu/nosso) mês, como todas as que têm feito da Adraga, estas de agora, e uma outras mais antigas.

    Beijinho :)

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    1. Raramente, numa ruptura, não há vítimas e carrascos. Até porque cada um deles escolhe célere a sua personagem, ou seja, há sempre acusações e quem acusa culpa, sendo até comum acabarem os dois vítimas e culpados. Adraga é liiinda! :)

      Beijinho

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  3. Paulo
    Romper pode ser mais saudável que não fazer. Advogo que as escolhas implicam sempre ficar sem algo que vale tanto como aquilo que se escolheu.
    Hoje, à distância, veja lá, tenho uma imensa ternura por algumas inúteis lágrimas que chorei. É que a ruptura só dói enquanto se duvida da escolha feita.
    Abraço

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    1. Optar é sempre prescindir, sem dúvida, mas há opções e opções, e muitas podem ser mesmo a morte do artista...
      Abraço.

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  4. O por do sol de Março é lindo! Nao apetece pensar em culpados ou em vitimas quando se está perante um cenário que irradia beleza, paz e calor ( mesmo com o frio que nao larga o norte! ).
    Na relaçao somos dois, na ruptura também. Se doi? Doi. Mas doi mais a quem decide e parte, do que a quem se esconde na vitimizaçao.
    Culpa? De quem era a culpa quando havia paixao? Se tem que haver culpa, é dos dois. Os dois apaixonaram-se, amaram-se, construiram e ... Acabaram com a relaçao.
    Nao há culpas. Há a vida, há nós.
    A fotografia está linda, Paulo.

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    1. Nada a acrescentar, Maria João, estou plenamente de acordo consigo :)
      Quanto à fotografia, obrigado.

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  5. A culpa não se sobrepôe à sensação de alívio. No meu caso, só me senti culpada por não me ter libertado mais cedo.

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  6. Só uma achega: esta foto espelha o que senti naquele dia em que abandonei o meu lar de mais de vinte anos. Finalmente havia um mar imenso à minha frente!

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    1. Que bom ter valido a pena para si. Há fins que, também acabando, acabam bem.

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