© Paulo Abreu e Lima

sábado, 1 de agosto de 2015

Esperança (i)

 
 
 





«Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças.»    Fernando Pessoa

A esperança não mora apenas no ocidente, surgiu no primeiro homem peludo e curvado, atravessou civilizações milenares, religiões e crenças e persiste hoje por todo o mundo. Suprimi-la é matar crianças e velhos e menos velhos e menos crianças. Nenhum homem sobrevive à sua ausência, sem a sua força e o seu caminho. É isso, caminho. Imaginado, ansiado, sempre por percorrer. "A esperança é a última a morrer" – diz o provérbio. Não é. Muitos vão-se apinhados dela, e nem sempre resta a consolação que alguém a pegue.

(A esperança média de vida em São Tomé e Príncipe é de 66 anos, a taxa formal de desemprego é de 76%, mas as pessoas são felizes, ninguém passa fome e todos têm casa e o seu "projecto" – como chamam ao seu negócio próprio ou comunitário. As crianças têm ensino obrigatório. Lápis, borracha e caderno. E uma mão-cheia de sonhos)

10 comentários:

  1. Estas fotos tiram-me as palavras.
    Deviam ser expostas nas escolas portuguesas para os felizardos, rechonchudos, bétinhos verem o que é a Vida. Uma visita de estudo em África devia ser obrigatória.

    Obrogada pela poesia de todo este post. Feliz regresso!

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    1. Concordo, Virgínia. As pessoas têm medo de África esquecendo-se que no essencial somos todos iguais.
      Obrigado pelas suas palavras.

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  2. As fotografias não precisam de comentários. Falam por si... e a expressão destas crianças também.
    Quanto à felicidade, senti exactamente isso quando lá estive. São felizes, sim. A olhar para aquela gente, vi que tinha muito a aprender sobre a esperança e a felicidade.
    Além de toda essa lição de vida, estas crianças são lindas!
    Beijinho Paulo

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    1. Sem dúvida, Maria João, são felizes. Sem playstations ou outros gadgets das nossas. Uma roda e uma caixa são objectos de perdição. A imaginação e criatividade destas crianças não têm limites...

      Beijinho, Maria João.

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  3. Paulo
    Fotos belíssima e olhares por onde ainda não passa maldade. Mas a segunda bem poderá vir a ser modelo. Tem um olhar onde cabe tudo, tudinho!

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    1. Helena, tem toda a razão, não há maldade nenhuma nelas.
      Quanto à segunda, bom, é filha da vencedora do concurso de Misses CPLP de 2013 e que trabalha e conheci na embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa (Na Avenida 5 de Outubro). De resto, as mulheres do Príncipe são consideradas muito bonitas.

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  4. Lembrei-me também de A. Gedeão e da Pedra Filosofal: "sempre que um homem sonha o mudo pula e avança/como bola colorida entre as mãos de uma criança.".
    No fundo, Paulo, não é preciso muito para se ser feliz...

    (E que bom vê-lo de volta à escrita e a estes posts que aliam imagem, som e texto em perfeita combinação. Já tinha saudades das suas magníficas fotografias, sempre tão cheias de alma. Seja bem (re)aparecido, pois claro.

    Beijinho :)

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    1. Com aquelas crianças aprendi que não é preciso quase nada para se ser feliz. Só imaginação e esperança. Apetece abraçar todas, é uma delícia vê-las a brincar por tudo e por nada.

      Muito obrigado, Isabel, beijinho :)

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