© Paulo Abreu e Lima

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

teimosia

A discussão filosófica parece não lhe fazer sentido. Não abre a linha do horizonte para a realidade partilhada, centra-se na que julga ser a certa, a sua, e inicio a escorrência de palavras que me pareceu precisa ao entendimento, gosto mesmo disto. Sempre apreciei a questão, confesso, sou uma inveterada pensadora inconsequente, muito melhor do que uma sonhadora. O que é a realidade? A realidade não é a minha nem a tua, nem sequer a nossa, a realidade será sempre, talvez, mais do que uma. O dado em si, por um lado, simples e sem ser percepcionado, o que faz com que no limite  nem exista realmente para a humanidade, dado que só o facto sentido lhe dará a consistência. Nesta linha eu sinto um, tu sentes outro e ela, por seu lado, sentirá ainda outro, o que me leva a considerar que teremos uma infinidade de realidades percepcionadas em cada acto, coisa ou acontecimento isolado. Não me assusta nadinha, a mim que sou das subjectividades, esta ausência de rigor matemático que nos impede de digerir um acontecimento até ao limite da análise interna, externa e circundante, pelo contrário, anima-me. Só isso me pode fazer acreditar na individualidade e aceitar a teimosia. Que não haja dúvidas, é um facto. Gosto mesmo muito disto.

2 comentários:

  1. A mim, as subjetividades também não me assustam nada. Convivo em perfeita harmonia com elas. E aceito que o mundo, ou melhor, a construção que fazemos dele, é feita de inúmeras realidades paralelas.

    Um beijinho, CF :)

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    1. É mesmo Miss Smile. Talvez o mundo fosse mais fácil se toda a gente considerasse essa realidade... :) Um beijinho para si.

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