© Paulo Abreu e Lima

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Adivinhação

Detesto que me tentem adivinhar o fim de uma frase que escreva ou profira, interrompendo-me o raciocínio. Não que me custe voltar ao fio condutor, nem que veja na minha alegada previsibilidade um defeito, nada disso. Por vezes, a maior parte das vezes, o que acontece é que não é esse o corolário, nem aquela a confiança que efectivamente endossei a quem me interrompe. A presunção de quem o faz é, ao contrário da água benta, quase sempre contraproducente.

4 comentários:

  1. ... Ai Paulo... e eu que tenho esse enorme defeito?...
    É horrível e tenho a plena noção disso! Quando dou conta que o acabei de fazer, arrependo-me logo, mas já vou tarde. Mas o que eu tenho a absoluta certeza é que não o faço por maldade ou presunção. Apenas como demonstração de que estou atenta ao que me dizem...
    Mas sim, tenho a noção que é um defeito e é horrível e estou a tentar emendar-me.

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    1. Ó Anita, depois do que me conta, até me sinto um cruel carniceiro, cruzes! Não sou gago, mas sabe que essa atitude de concluir as frases de um é extremamente prejudicial? Mas é uma forte tentação... :-))

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  2. Paulo, aqui que ninguém nos ouve, trabalho directamente, há cerca de 17 anos, com um gago e creio que foi o que me levou a ganhar este péssimo hábito. No entanto, também tem sido com ele que tenho desenvolvido a minha capacidade de me manter calada :D
    Curiosamente, reparei que, o facto de antigamente terminar as frases das pessoas, fazia com que algumas delas me parecessem mais inteligentes do que realmente são! Hoje em dia até tenho um certo gosto em ouvir alguns disparates que dizem, coisa que eu, com este péssimo hábito, não lhes dava liberdade para o fazer! Ahahahah parece paródia, mas é verdade verdadeira, passo a redundância ;)

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    1. Isto de falar do "gago" é que foi cá uma "adivinhação" minha, heim? ;)

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