© Paulo Abreu e Lima

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Tenho três notícias para as indefectíveis viúvas, órfãos e correlativos de Sócrates

Uma é boa. A presunção de inocência mantém-se intacta, não foi condenado, nem sequer ainda lhe foi deduzida acusação. Formalmente, o vosso homem é mais inocente do que eu, um depravado das ideias.
 
A outra é mais ou menos. A medida de coacção aplicada foi a piorzinha de todas. Só aplicável se houver fortes possibilidades de fuga (Venezuela, quem sabe), continuação da actividade criminosa indiciada (isso faz mais parte da natureza do escorpião e não de um animal feroz), perturbação do inquérito (sempre pode querer voltar a conversar sobre livros com o ex-PGR) e perturbação da ordem e tranquilidade públicas (hélas!, mantenham-se calmos).
 
A última é mesmo má. Nos indícios de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais o ónus da prova inverte-se, ou seja, será o vosso senhor que terá de provar a sua imaculada inocência. No indício de corrupção não se inverte, mas, fazendo-se prova, já sois vós, os indefectíveis, as viúvas, órfãos e correlativos, que tendes de provar a vós próprios que não votaram num corrupto.

2 comentários:

  1. Muito bom, Paulo! Sugiro envio urgente para Clara Ferreira Alves e Edite Estrela, pelo menos...
    (E para a Ana Gomes também, já agora... )

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    1. A Ana Gomes não se convence nem em flagrante delito. A Justiça para ela são aquelas suas atoardas, plenas de insídia, ordinarice e nojo.
      Já com as outras duas temos de descontar a cegueira da emoção e da paixão.

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