© Paulo Abreu e Lima

sábado, 3 de dezembro de 2011

Not only for MEC lovers

Numa altura em que andamos depressivos e em que nunca evocamos tanto e tão mal as palavras de Eça de Queirós, ouçamos, vejamos e reparemos bem quem nos tirou melhor a pinta toda:


17 comentários:

  1. A entrevista é um pouco longa.

    Já gosto do Miguel EC há anos, a sua simplicidade , a maneira de olhar para o mundo e para Portugal são talvez um pouco reducionista.
    Ele é meio britânico e vê-se que aprecia no nosso país aquilo que talvez não exista na Inglaterra, a simpatia ( quando a mim muito hipócrita e subserviente), a facilidade ( para quem tem dinheiro e se pode mover dum lado ara o outro), o clima, esse, sim maravilhoso....os costumes ancestrais, o subdesenvolvimento....

    Para quem vive bem, com meios, fora de Lisboa, em Colares, junto à terra e aos seus produtos naturais, com família chegada, Portugal é sem dúvida acolhedor.

    Entrevistem pessoas de Tras os Montes, cuja família emigrou há que séculos, ou trabalhadores que todos os anos tem de ir para a Espanha ou Suiça. mulheres do Minho que nem ler sabem, das Beiras cujos filhos não conseguem estudar nem arranjar emprego no sec XXI.... ( já vivi em todos esses lugares).e depois comparem com o que diz o MEC, muito gentleman e politicamente correcto, o inteligente e feliz burguês, provavelmente monárquico, cronista, irónico e charming!

    Bjo

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  2. Simplesmente maravilhoso!
    A verdade é tão simples ...

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  3. Amiga Virgínia,

    Convenhamos que se há coisa que MEC não é, será politicamente correcto! A intervista, longa, revela muito mais do que lhe critica. Por vezes, até lhe responde chapa três às agruras verdadeiras que menciona. Então, Amiga, como anda essa bonomia que sempre a soube por aí...?

    Bjo.

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  4. Tens razão, ando com azia, mas ninguém tem culpa, é uma questão de saúde e tb da festa natalícia cujas convenções hipócritas detesto.
    O MEC não tem culpa. Vi outra vez a entrevista e acho que ele é super inteligente e vê Portugal duma maneira muito especial. Sorry. Mais valia ter estado calada.

    Bjo

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  5. Sabe, Virgínia, numa altura complicada como esta, em que andamos todos envoltos em bruma sem nos vermos mesmo tão perto, o MEC não deixa de ser clarividente e, ainda assim, muito brincalhão :))

    Bjos,
    Paulo

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  6. Entendo muito bem o MEC, porque amo de paixão o meu país e não quereria, jamais, ser outra coisa que não portuguesa.
    Amo tanto a minha terra que lhe amo os defeitos. Não é aceita-los.
    É ama-los porque fazem parte do pacote de ser português e de ter nascido aqui.

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  7. Cara Virgínia
    A vida do MEC, com aquele ar de gentleman como diz, está bem longe de ser a vida sorridente que refere.
    Não é por nos não queixarmos que sofremos menos.
    O MEC não se queixa. O que não quer dizer que não sofra. E com razões para isso. Que não nos toquem, nunca, essas razões...

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  8. Amiga Helena,

    Antes de lhe responder, e sem qualquer consentimento, apresento-lhe a Virgínia: excelente professora, com vasta obra publicada no âmbito do ensino (penso que alguns livros ainda são manuais oficiais de inglês no secundário), vinda de uma família muito conservadora - eu sei porque conheci o pai -, irmã do conhecido pediátra Mário Cordeiro e, imagine, prima do seu impagável amigo jornalista, Henrique Antunes Ferreira do DN (sim, o das parures). Caramba, o mundo é pequenino... :)

    Acho que pessoas que, como eu, já viveram por outros países bem fora da "acolhedora" Europa, amam de paixão o pacote "Português". Inteirinho! Lembro-me que, depois de um longo périplo que fiz pela Ásia, reuni os meus amigos da altura e disse «nós temos o mais belo e seguro jardim sem muros de todo o mundo!». As pessoas? As nossas gentes são deliciosas.

    Abreijo,
    paulo

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  9. Esqueci-me do mais importante: agora é pintora com várias exposições realizadas e fabulosa fotógrafa. É com pessoas como a Virgínia e a Helena que este mundo avança e gira.

    (A Virgínia vai-me matar...:))

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  10. Então como é que é, Paulinho?

    Expôr uma pessoa desta maneira sem sequer pedir licença?

    Não se faz!

    O retrato é muito lisongeiro e o meu ego inchou, mas imediatamente me pus a pensar que não amo o meu país tanto como os presentes e isso é uma falha imperdoável.

    Vivi no Portugal profundo durante seis anos e , embora tenha tentado melhorar o ensino do Inglês nas escolas por onde andei, vi com os meus olhos a miséria e as diferenças profundas que havia - e agora ainda há mais -nos portugueses de 3ª.

    Sou burguesa...adoro o conforto, a beleza da cidade onde vivo, os costumes, o sol, as praias, o mar...mas não adoro o povo, sinto-me sempre um pouco estrangeirada, talvez porque andei num colégio inglês e o meu sangue é tudo menos português...da metrópole. Os meus filhos andaram todos no Colégio Alemão e sentem o mesmo: é muito difícil vingar neste país, as pessoas são muito invejosas, mesquinhas e mesmo falsas. Como é possível gostar desta gente? É um país adiado.

    Obrigada, Paulo. Já conhecia a tua Amiga Helena dos media. Sei que é uma pessoa de alto nível.

    Dorme bem.

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  11. Paulo
    Se ela o matar eu...ressuscito-o! Não seria o primeiro!
    :))

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  12. Cara Virgínia
    Ando a dizer ao Paulo que cada vez aprecio mais os que pensam diverso de mim, porque são eles que me fazem questionar-me.
    Agora, ao ler o seu comentário, surgiu-me a pergunta: porque é que custa tanto amar um povo que, por falta de educação, é diferente de nós?
    E porque é que outros povos desgraçados - estou a pensar na África miserável - julgam que os portugueses, mesmo os de terceira, pouco afortunados, têm imensa sorte?
    É tudo uma questão de óptica, de perspectiva.
    É por isso que gosto do Manel desdentado, analfabeto e da Maria doutorada na Universidade Nova. São ambos lados da mesma moeda. Não consigo gostar de uma se não for capaz de gostar do outro.
    Desculpe o longo arrazoado, cara Virgínia. Mas amor, para mim, é isto mesmo. Como cá em casa, um à direita e outro à esquerda. E eu sem pensar como nenhum deles...
    E um abraço para si pela coragem demonstrada. Chapeau!

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  13. Com o risco de prolongar este thread até à exaustão, queria rectificar um pormenor. Não odeio o povo por ser pobre ou demasiado rico, por não ter cultura ou sentir inveja e mesquinhez, mas porque não me diz muito.
    Não sou entusiasta de festas populares, não consigo sentir-me bem no meio de muita gente, devo ser elitista, mas sempre me dei bem individualmente com todo o tipo de gente e tive alunos - mais de mil - todos diferentes e interessantes, a quem procurei incutir valores, mesmo os patrióticos, mas sobretudo aqueles que vejo em Inglaterra e na Alemanha, línguas que ensinei e países que admiro pela sua tenacidade e envolvimento cívico em tudo.

    Nunca sairia de Portugal para viver noutro lado , pois tenho aqui as minhas raízes e família, mas não porque ache este país adorável. O Porto é muito limitado de escolha cultural, algumas pessoas são rudes e broncas, custa-me viver no meio de tanta pobreza de espírito e boçalidade.Não me importo de o dizer, preferia que fossem educadas e muito mais solidárias.

    Obrigada pelo comentario. Conheço bem os seus filhos...mas concordo mais com um do que com o outro, deve perceber porquê:)

    Paulo, desculpa este relambório, mas tu é que começaste!

    Bjo

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  14. Virgínia, não tem nada para desculpar, muito pelo contrário: muito provavelmente só eu sei o luxo que é ter por aqui duas Mulheres tão interessantes.

    Um beijinho para si e mais um de Parabéns para a Helena.

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  15. Ouvi mais uma vez a parte final da entrevista e há coisas em que O MEC tem razão, mas que são extremamente negativas no nosso povo, como o criticar, sem mexer uma palha para transformar o sítio onde se vive.
    Há outras em que está profundamente errado, as pessoas do Portugal profundo não quereriam viver assim, nem ali...a verdade é que saem mal acabam os estudo possíveis naqueles buracos. Só não saem os velhos pois esses é a tal coisa, tanto faz estarem vivos como mortos ( segundo as palavras dele), nada tem a importância que lhe damos quando a morte é certa.
    Há muita contradição nesta entrevista e seria capaz de estar horas a rebater algumas destas afirmações. Quanto a mim, MEC não conhece o país, está muito limitado a Lisboa e arredores e tem aquela maneira de falar lisboeta, com muitos não sei quês, que irrita qualquer nortenho ( que não sou).

    Não acho que ele veja bem o país...é mais um estrangeirado a defender o indefensável.

    Se podíamos viver sem este Portugal? Podíamos, mas não era a mesma coisa......

    Era muito melhor!

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  16. Paulo A L ,

    Neste momento e muito sinceramente, com todo o respeito que os demais comentadores me merecem, importa-me ver como estas novas gerações, criadas ao "som da Europa Unida", sem ponta de patriotismo, porque não interessava nada disso, vão olhar para o seu próprio País.
    Falo como mãe de uma adolescente que pediu para sair de Portugal aos 16 anos. Se é para sermos Europa, como ensinaram lá na escola...então vamos lá para a parte mais gira da Europa, onde estão as oportunidades de sermos realmente competitivos e vimos cá no verão apanhar solinho...
    Não restem dúvidas que os melhores, estão a sair. E estão a sair com toda a força e cada vez mais cedo. Para terem horizontes que aqui se fecham a cada dia que passa. Irão ter este sentimento que nós temos em relação ao nosso país? Tenho muitas, muitas dúvidas.

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