© Paulo Abreu e Lima

sábado, 29 de novembro de 2014

sou toda ouvidos

O espaço que ocupamos nos outros nem sempre é equivalente à importância que temos. Não raras vezes reflecte uma extrema ocupação que não deixa margem para mimalhices. Dar ao outro o que ele precisa para consciencializar que a questão não é falta de importância, mas sim excesso de carga, é o cabo dos trabalhos. Desde sempre, desde sempre que medimos melhor o que olhamos de frente, o que se apalpa, o que faz doer. A bem da verdade temos sérias dificuldades em resumir ocasiões sem lhes atribuir o peso, sem numerar limites, sem elaborar escalas. Género, se pensas 10 queres muito, se pensas 5 queres mais ou menos. Esquecendo que quem pensa 10 pode não ter mais nada para querer, e que quem pensa cinco pode, por sorte, azar, casualidade ou circunstância, ter os outros cinco legitimamente distribuídos, sem querer dizer que queira menos. Isto é uma mera teoria explicativa, pessoal, eventualmente transmissível, pouco ou nada útil. A quem quiser deixar estratégias práticas, as válidas e verdadeiramente produtivas, muito além da parca teorização, faça o favor, sou toda ouvidos. Ou cinquenta por cento, vá, o que não quer obviamente dizer que não oiça.

2 comentários:

  1. Quando oiço sou 100% ouvidos; quando vejo, 100% olhos; quando toco, 100% pele e quando beijo, 100% eu.

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    1. Se agirmos com alma, somos sempre 100% nós, e tu, com o teu jeito tremendo para as palavras, levaste logo o que eu disse para territórios sensíveis a entregas totais... :) Não posso, não quero, nem devo discordar... Quando escuto também sou 100% eu, porque escutar vai muito além de ouvir. Quando vejo, continuo a ser mais do que olhos e quando beijo, aí Paulo, temos um problema maior, é que para além de alma, sou também corpo... ui...

      :)

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