Para vivermos e sermos precisamos de esforço. Não se cresce sem investimento, não se encontra sem se procurar, não se recebe sem se dar. A lógica é de tal forma, que não descubro porque o egocentrismo julga que vinga e julga que sobrevive, para sempre. No amor, por exemplo, nunca sabemos tudo se não nos dermos de mão beijada. Nunca sentimos o que há para sentir se não nos desmarcarmos no campo do jogo, onde não se deve perder nem ganhar. Jamais encontraremos a serenidade se ficarmos tranquilos em nós, vejam o paradoxo que nos diz que para atingirmos a plenitude necessitamos do desconforto do desconhecido, mais ou menos uma bonança, depois da tempestade. Dito assim, tem piada, parece que mais vale ficarmos sós, com o nosso umbigo, o nosso eu, a nossa visão e a nossa ocasião, pura e simplesmente. Mas dito de outra forma ganha outro sentido, ora vejam: não há nada melhor do que o encontro, nem que venha marcado com o ferro e o fogo da diferença prévia.
Na realidade ninguém cresce sozinho.
ResponderEliminarTambém acho, Maria C...
EliminarGosto da ideia de encontro, mas só gosto dela enquanto encontro fortuito. Detesto andar a procurar encontros, adoro a surpresa, a coincidência, a ocasião.
ResponderEliminarNa minha idade muitas pessoas parecem ter medo de não encontrar ninguém, de não ser, de não sobreviver. Mas quando se está só - eu pelo menos - sinto que sou mais plenamente, sinto mais paz e não me falta a outra metade. Ainda menos me falta "o ferro e fogo da diferença prévia", para esse peditório, já dei.
O que digo estende-se à generalidade das relações fortes, Virgínia, até das familiares... Quantas vezes dou por mim a sair do meu corpo, a sobrevoar e a regressar, mais cansada, menos inteira, mas mais próxima de quem é importante... Não foi o caso do post, de facto, falava de amor romântico... Mas o pressuposto é abrangente e válido para qualquer outro...
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