© Paulo Abreu e Lima

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

amor a mim


Os afectos e o amor são uma descoberta. O que recebemos é sempre, e antes de qualquer coisa, o que damos e o que o outro recebe. É claro que não entregamos tudo de bandeja, vai devagarinho, pelo menos do corpo para dentro. Numa entrega feita passo a passo, sem fim do caminho. 

No apogeu da existência, já devemos ter dado tudo, certo? Errado, nada mais errado. Enquanto formos, nunca o processo estará terminado. 

( A maior ânsia é invariavelmente fazer-nos chegar ao outro, para que ele nos descubra. Ou seja, nos ame sempre mais um bocadinho. Se não for essa, estaremos obviamente equivocados. A guardar o que somos para nós, deixando a possibilidade de sermos realmente encontrados reduzida a coisíssima nenhuma. Jamais aceitaria um amor que não fosse a mim.)

4 comentários:

  1. Concordo consigo quando diz que o amor é uma descoberta que se vai fazendo devagarinho, CF, mas não consigo entender o que quer dizer dizer com a sua última frase. Defeito meu, decerto.

    De resto, gosto da relação subtil, não demasiado óbvia, entre o texto e a fotografia.

    Beijinho

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    1. Aqui não há defeitos em questão :). O que pode haver é um sentir particular que por ser muito meu, pode não ser facilmente perceptível. O quero dizer é que a amarem-me, que seja a mim, descoberta. Não a construções, omissões, ou bocados que não me pertençam. Só isso...

      Um beijinho para si também.

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  2. Pois é :) :) Infelizmente há quem não saiba dar :( :(
    Beijinhos

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    1. Pois há Antígona, mas por certo também nunca receberão o que precisam, não te parece?

      ( Beijinhos. Bem vinda aqui... :)

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